Total de visualizações de página

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Luta Popular Internacional e a Ditadura Moderna Nacional

Os grandes atos organizados contra o aumento das passagens em São Paulo têm marcado pontos importantes dos quais ligeiramente destaco: 

1) A capacidade crescente de mobilização social entorno de uma pauta comum; 
2) O ensaio de um xeque-mate em quem aprecia a democracia nos limites e conforto dos salões;  
3) Desafia a hegemonia da imprensa dominante, quando manifestantes cobrem e apresentam pontos até então invisíveis de dentro dos fatos.

Não é novidade o aumento da passagem dos transportes coletivos em SP. Nos últimos anos, o período em que ocorre os reajustes da tarifa tem sido marcado por manifestações contrárias ao aumento e junto vem a exigência por melhorias significativas no sistema de transporte coletivo para a população. A tarifa zero, que parecia impossível, entrou na pauta e já começa ser discutida, agora no campo da sua viabilidade ou não. Parece pouco, mas não é. As pessoas na rua consideram caro a tarifa e avaliam como sendo péssimo o serviço prestado pelas empresas de transportes coletivos. Todos os dias, milhares de pessoas perdem horas em trânsito, saem muito cedo e voltam muito tarde para casa, esperam muito e ainda vão espremidas nos transportes coletivos. As empresas dos transportes lucram muito e quem sofre é a população. É justamente essa insatisfação que alimenta as manifestações que tem tomado as ruas de SP. Mas não só. Há também um desejo real e compartilhado de participação no processo político no qual nenhuma cidade pode abrir mão. Um desejo de ser visto e ouvido no espaço público da cidade. Aliás, a salvação das cidades está na participação política da sua população, sobretudo, substituindo a paisagem do trânsito e seus veículos nas ruas por pessoas. As exigências que emergem das ruas é para acordar os poderosos acomodados no poder. Para alguns políticos de plantão, lotados em gabinetes e redações, a democracia parece ser boa quando ela faz barulho apenas no quintal do vizinho. Prefeito e governador, cada um do seu modo, demonstram insatisfação com a cobrança feita nas ruas. Enquanto Haddad desqualifica a legitimidade e o caráter democrático do ato, Alckmin criminaliza e autoriza a violência policial, que, aliás, lhe é muito característica.  Os dois veem nos atos a inconveniência de milhares de pessoas cobrarem nas ruas da cidade a revogação de uma decisão política tomada por eles em gabinetes. Se levar para as ruas o debate sobre uma questão que afeta a grande maioria da população de SP não for democrático, então, prefeito e governador devem avaliar seus conceitos.

A imprensa dominante massificou uma impressão dos atos que não é verdadeira. As manchetes dos principais jornais impressos inverteram a ordem dos fatos. É a Polícia Militar que sempre entra em confronto com quem participa dos atos, ferindo até quem passa perto da manifestação, e não o contrário. É a velha e conhecida estratégia de instaurar o consenso fabricado. As emissoras de tevê seguiram a mesma lógica e exibiram apenas aquilo que está alinhado ao poder dos editoriais. Nem a rádio escapou. Os donos da verdade queriam as suas versões dos fatos nas ruas. Graças à tecnologia digital, portátil e redes virtuais, centenas de pessoas que participaram dos atos relataram em textos e imagens o que aconteceu de dentro da manifestação. Através delas, é possível identificar a violência praticada por policiais militares fortemente armados contra uma multidão de manifestantes desarmadas. Comparar um batalhão armado portando espingardas de balas de borracha, bombas, gás de pimenta, cassetetes de borracha e de madeira com indivíduos que eventualmente revidam a violência policial com uma pedra ou ateiam fogo em um saco de lixo é um exercício de convencia que quando repetido mil vezes, infelizmente, pode pegar.  Contudo, a regra desta comparação é que as vitimas são sempre a da violência policial. Os grandes atos organizados contra o aumento das passagens em SP têm marcado pontos importantes porque tem gerado um incontrolável – isso sim! -, protagonismo social nas ruas. São Paulo deveria acolher melhor essa multidão. (Texto escrito por um comp@ do M.A.P)

"Ser governado é... Ser guardado à vista, inspecionado, espionado, dirigido, legislado, regulamentado, parqueado, endoutrinado, predicado, controlado, calculado, apreciado, censurado, comandado, por seres que não têm nem o título, nem a ciência, nem a virtude (...). Ser governado é ser, a cada operação, a cada transação, a cada movimento, notado, registrado, recenseado, tarifado, selado, medido, cotado, avaliado, patenteado, licenciado, autorizado, rotulado, admoestado, impedido, reformado, reenviado, corrigido. É, sob o pretexto da utilidade pública e em nome do interesse geral, ser submetido à contribuição, utilizado, resgatado, explorado, monopolizado, extorquido, pressionado, mistificado, roubado; e depois, à menor resistência, à primeira palavra de queixa, reprimido, multado, vilipendiado, vexado, acossado, maltratado, espancado, desarmado, garroteado, aprisionado, fuzilado, metralhado, julgado, condenado, deportado, sacrificado, vendido, traído e, no máximo grau, jogado, ridicularizado, ultrajado, desonrado.  Eis o governo, eis a justiça, eis a sua moral! " - Pierre-Joseph Proudhon (1840)

Abaixo segue uma coletânea de vídeos realizadas por comp@s
 que não temem os órgãos repressores de um Estado nitidamente fascista.

Luta Contra o Aumento da Passagem em São Paulo 


A Ditadura Moderna em São Paulo


Luta Contra o Aumento da Passagem no Rio de Janeiro


Luta Contra o Aumento da Passagem em Salvador


Luta Contra o Aumento da Passagem em Porto Alegre



DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS

Solidariedade e Apoio Mútuo Internacional:

Os manifestantes contra o aumento dos preços do transporte público no Brasil ganharam apoio fora do País. No domingo 16, marchas organizadas por redes sociais levaram, segundo estimativas das polícias locais, mais de 250 pessoas às ruas de Berlim, capital da Alemanha, e outras 2 mil em Dublin, na Irlanda. Além de cerca de 100 manifestantes em Nova York, nos Estados Unidos, e 150 em Montreal.

Em Berlim, a passeata criticou principalmente a violência policial em São Paulo e os gastos com a realização de grandes eventos esportivos no Brasil. "Essa marcha é para mostrar aos alemães, para as pessoas que moram aqui e também para a mídia que está acontecendo algo no Brasil e que o país precisa ser olhado com atenção", disse Juliana Doraciotto, organizadora da manifestação em Berlim, à agência de notícias alemã Deutsche Welle.

O protesto, organizado pelas redes sociais, foi além do aumento da passagem e da violenta repressão policial em São Paulo. "Está relacionado também com maneira de fazer política no Brasil, ao transporte público de má qualidade e a como qualquer manifestação democrática é muito reprimida pela polícia, principalmente em São Paulo", explicou o estudante de Urbanismo Guilherme Maruyama da Costa.
Em Berlim, os manifestantes receberam o apoio do movimento turco que estava reunido próximo ao local de concentração e também da polícia, que interrompeu o trânsito para que a caminhada de 1,5 quilômetro entre os bairros de Kreuzberg e Neukölln pudesse acontecer sem problemas.

Na capital irlandesa, os manifestantes se reuniram no centro da cidade para o evento nomeado de Brazil Awakening Dublin. Não houve caminhadas pela cidade para não causar transtornos no trânsito por recomendação da polícia local. O evento foi organizado pela jornalista brasileira Andréa Cordeiro pelo Facebook. Havia 3 mil presenças confirmadas. Em Nova York, os brasileiros enfrentaram dificuldades para realizar o ato no Central Park. Eles ficaram no local com cartazes, mas não tinham autorização da polícia para fazer o evento. (Texto retirado da Revista Carta Capital)

Links:

Nenhum comentário:

Postar um comentário